A Movicel, empresa de telefonia móvel, comprou em 2022 um software de facturação UNIG-TALCO4 a empresa ITGEST no valor de 3.054.805,64 (Três mil milhões, cinquenta e quatro milhões, noventos e setenta e cinco mil e oitocentos e seis kwanzas e sessenta e quatro kwanzas).
A compra do novo software bilionário teve o beneplácito do antigo Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação Social Manuel Homem. A aquisição do sistema foi arquitectado por três rostos influentes da empresa de telefonia – o Presidente do Conselho de Administração da Movicel, Adilson Santos, o Presidente do Conselho Executivo António Zumbuca e Carla Balça administradora para área financeira na Movicel.
Segundo fontes próximas à Movicel, o antigo software de facturação (POS) de origem brasileira apresentava alguns problemas técnicos, porém encontrava-se a funcionar com normalidade. As nossas fontes avançam que desde que se efectuou a troca de software, a empresa enfrenta várias dificuldades no processo de facturação dos serviços e produtos porque a “mais nova joia” não se encontra conectada com o AVEC, a plataforma de venda de saldo electrónico.
Fruto disso e como asseguram as nossas fontes, um assistente de loja tem a via aberta para efectuar a facturação de um saldo electrónico num determinado valor e vendê-lo num outro preço e com isso tem-se registado o desvio de produtos e de somas avultadas nas contas da Movicel.
O UNIG-TALCO4 que já foi pago na totalidade, mas não processa facturas para os clientes pós-pago e não anula as vendas. Desde a implementação do software que empresa de telefonia móvel depende da ITGEST para ter acesso aos relatórios das vendas, porque até ao momento não tem em posse o código fonte e os argumentos têm sido de que o sistema continua a ser desenvolvido.
A crise financeira provocou ainda o encerramento de muitas lojas como as que se encontravam situadas no Xyami Shopping do Nova Vida, Kilamba e na província de Benguela. As lojas que ainda estão abertas utilizam a internet das empresas concorrentes como a Unitel e Africell.
Em algumas províncias algumas antenas têm sido vandalizadas porque a Movicel há alguns anos que deixou de pagar as empresas de segurança que decidiram retirar os seguranças dos postos de trabalho.
As províncias do Moxico, Lunda Norte, Lunda Norte, Cunene e Zaire encontram-se privadas de sinal. O dinheiro que se investiria para a melhoria dos serviços e compra dos produtos para as lojas tem sido desviados para o enriquecimento do Conselho de Administração .