By : Jerónimo Nsisa
Os factos e as adversidades que sobrepõem a liberdade individual do professor Diabava Bernardo TCP. Coronel Bernardo, configuram-se como uma demonstração inequivoca que, a educação em Angola é uma ameaça ao poder e não um investimento tal como se propala nos discursos populistas e eleitoralistas do regime.
A factura alta paga constantemente pelo professor Bernardo, é reflexo da sua autenticidade e luta abnegada pela valorização da classe e subsequentemente, a qualidade do sistema de educação nacional.
É da praxe nas autocracias o controlo sistemático do pensamento e/ou consciência colectiva dos cidadãos por meio das narrativas ou uso da força para conquistar a obediência incondicional dos mesmos face a inépcia ou a inação dos governantes.
A exemplo de Angola, a ditadura implementada pelo MPLA, considera ameaça todo cidadão fora da frequência do controlo das consciências, porquanto o sistema corroeu os valores a partir da instituição basilar da sociedade que é a família e a escola forma os cidadãos com a mentalidade de manada podendo não criticar nada, somente obedecer.
O Professor Bernardo é hoje considerado rebelde na esfera do poder não apenas pelo facto de exigir as condições de trabalho para sua classe e para os alunos, porém é por ter saído da caixa e/ou frequência da obediência incondicional imposta aos funcionários públicos que vivem obrigados a cumprir só os deveres e nunca exercer ou exigir os seus direitos.
O doce professor Bernardo é também perigo porque em consequência do referencialismo de acção, tornou-se uma inspiração para vários funcionários públicos, no entanto o sistema teme que sua a influência provoque um efeito bola de neve, ou seja , tal situação pode sair do controlo caso se ganhe a consciência de exigir-se os direitos e expor-se as péssimas condições de trabalho no aparelho do estado .
Ademais, professor Bernardo constituiu-se como um risco eminente ao MPLA porque a sua coragem e a determinação pela causa de uma educação de qualidade, belisca a estratégia do sistema em promover a educação sem a componente qualitativa e que serve para a produção estatística somente para o cumprimento dos tratados internacionais que Angola terá ratificado.
A educação em Angola é um mero formalismo institucional, aliás o MPLA jamais apostará na qualidade de ensino porque serve-se da ignorância do povo para a manutenção do poder.
O Professor Bernardo, promove o ensino de matemática com a realização de olimpíadas usando fundos próprios, no entanto se houvesse coesão entre os discursos e a prática por parte dos desgovernantes do MPLA, torná-lo-iam um parceiro estratégico no processo de ensino-aprendizagem e não um inimigo abater .
O MPLA fala tanto de promoção do patriotismo, mas quando encontra um cidadão que o pratica com verticalidade e firmeza , transforma-o como inimigo da pátria ou adjectiva-o como subversivo podendo fazê-lo constar da base de dados dos alvos catalogados ou propensos as suas manigâncias ditatoriais.
Portanto, quem sabe porque sabe, jamais será um objecto obediente!